Adestrando uma cobra

Você já deve ter visto a seguinte cena: um homem tocando uma flauta e de repente uma cobra sai do cesto, dançando de forma sinuosa.

Também a seguinte cena: durante uma dança (geralmente uma dança árabe, a exemplo da dança do ventre, ou egípcia) em que a dançarina faz vários movimentos sinuosos com uma cobra enrolada ao seu corpo. É um espetáculo inusitado e fascinante, pois passa a ideia de que o animal está hipnotizado ou completamente dominado pelo adestrador ou artista.

Como fazer?

Encantamento? Magia? Não. Apesar do efeito mágico e inusitado aos nossos olhos, isto só é possível pelo processo de adestramento. As cobras, apesar de serem surdas, conseguem perceber o som pelas vibrações do mesmo em seu corpo. Como elas possuem uma boa visão (que lhes permite enxergar a presa antes mesmo de serem vistas), elas apenas repetem os movimentos dos “encantadores” (no caso da primeira cena), pois de certa forma, algumas delas, como a naja, mantém o corpo ereto de maneira instintiva, até mesmo para preparar-se para dar o bote nas suas vítimas.

 

Alguns biólogos afirmam que esses encantadores até recorrem a um artifício de colocar urina de rato na ponta da flauta, a fim de atrair as cobras, o que de certa forma, faz sentido e explicaria o comportamento “hipnótico” da cobra diante da flauta.

No caso das dançarinas, seria a interação contínua com as cobras. Algumas destas mulheres criam cobras, a exemplo da jiboia como animal doméstico (comportamento cada vez mais comum na atualidade, ainda que por modismo ou afinidade com esse tipo de réptil – como na região norte do Brasil), e assim sendo, o animal se afeiçoa à dona e desta forma ela não sente perigo diante da figura humana. Mas todo cuidado é pouco, pois como o animal é imprevisível, mesmo sendo dócil e tranquilo, ele pode em algum momento atacar seu dono, ainda que por instinto de defesa ou por estar exposto a uma situação de estresse. Aí vale uma dica: nunca tente fazer isto. Em ambos os casos, é preciso preparo contínuo e o animal deve estar acostumado com a pessoa.