O misticismo e as cobras

 

As serpentes desempenham um papel de destaque no misticismo, mas é na Índia que desde o alvorecer da civilização, ela é objeto de grande veneração. Diversos deuses indianos e suas reencarnações são representados por serpentes, ou têm serpentes em seus símbolos e imagens: Vishnu, Anata, Shesha, Kaliya, Naga… Não restam dúvidas de que a serpente desempenha um papel de suma importância na mitologia indiana. Existem estátuas de cobras espalhadas pelas cidades, e em alguns cultos, são oferecidos leite e alimentos para as cobras. Há também um festival chamado Battis Chirale, onde se acredita que é o único dia do ano em que as serpentes ficam pacíficas e não atacam ninguém.

 

Os símbolos e as cobras

Para a simbologia, cobras são símbolos de transformação, devido ao processo de mudança de pele pelo qual elas passam. Thot, também conhecido como pai da Alquimia, representava a cura com duas serpentes enroladas em uma espada. Um símbolo semelhante era usado por Ascépio, o Deus Grego da Cura, para quem as cobras eram sagradas. O mesmo símbolo pode ser visto representando a Medicina, onde se vê duas serpentes enroladas em um bastão central que representa a espinha dorsal.

 

Alguns místicos acreditam que sonhar com cobra significa a cura de doenças. Os iogues chamam a força vital de serpente kundalini, e ela também é representada por uma cobra que envolve a espinha dorsal. Segundo a crença, quando a cobra atingir a cabeça, significa que o iogue é puro e alcançou a “consciência cósmica”.

 

Segundo o xamanismo, as pessoas do totem da cobra são aquelas que já experimentaram “venenos” emocionais, físicos, mentais ou espirituais, e transformaram essas mordidas em energias positivas. Mais uma vez relacionando às cobras a capacidade de transformação e cura, e comparando a energia das serpentes com uma consciência cósmica, capaz de superar todos os tipos de experiências.