Cobra Coral Verdadeira
A cobra coral verdadeira é muito venenosa e uma das serpentes mais perigosas do Brasil até mesmo quando é filhote. Devemos ter cuidado ao entrar em contato com uma coral. Embora ela não dê o bote, seu veneno é letal e quanto mais próxima da vítima ela estiver maiores são os riscos, pois ela morde ao invés de dar a picada.
Quais cuidados devemos ter ao entrar em contato com a cobra coral verdadeira?
Como a cobra coral não dá o bote, ela não vai atacar à longa distância. Se você avistar uma ao longe, o mais sensato é ir na outra direção, mas sem fazer movimentos bruscos. Se estiver muito próximo a uma ou manuseá-la, o risco dela morder é maior. Para evitar acidentes, é recomendado ficar imóvel e tentar manter a calma até que ela se vá.
Se você receber uma mordida de uma cobra coral verdadeira os sintomas de seu veneno poderoso e que ataca o sistema neurológico logo surgirão, como visão turva e pálpebras caídas. Não perca tempo e corra em busca de ajuda. O soro contra o veneno da cobra coral verdadeira é chamado de soro antielapídico e poderá salvar a sua vida.
Lembre-se de nunca mexer em folhagens, troncos caídos ou entulhos usando as mãos, principalmente se estiver em uma área de risco. O uso de botas de cano longo podem prevenir de 60 a 70% dos acidentes com cobras venenosas e salvar a sua vida.
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Veneno da cobra coral
O veneno da cobra coral é neurotóxico e altamente destrutivo, pois se espalha rapidamente e atinge o sistema nervoso, podendo causar diversos tipos de reação, como dormência na parte afetada, dificuldade para respirar, visão dupla, pálpebras caídas, aumento da salivação. Seu veneno pode matar um boi de até 500 quilos.
A coral verdadeira não dá o “bote”, ou seja, não pica o seu inimigo. Para inocular o seu veneno ela precisa morder a sua vítima e estar agarrada à ela. É por isso que a coral verdadeira oferece perigo ao homem somente quando é manuseada ou está muito próxima ao corpo humano.
O tratamento para a mordida de uma cobra coral existe. Ele é feito com um soro conhecido por antielapídico intravenoso, o que ajuda na recuperação da pessoa atacada quando aplicado a tempo.
Características da cobra coral verdadeira
Há mais de 32 espécies da cobra coral verdadeira, como a Micrurus corallinus, que pertencem à família Elapidae. Elas são de pequeno a médio porte e apesar de serem mais conhecidas por possuírem três cores: vermelho, preto e amarelo (ou branco), algumas corais verdadeiras podem ter apenas uma ou duas cores.
As corais verdadeiras possuem a cabeça oval, revestida por grandes placas simétricas e são as únicas cobras peçonhentas do Brasil que não possuem fossetas loreais (órgãos sensoriais em forma de orifícios localizados na cabeça da cobra característicos das serpentes venenosas da família Viperidae).
Sua dentição é do tipo proteróglifa, que consiste em dentes pequenos e não retráteis, localizados na parte anterior do seu maxilar superior que serve para inocular o veneno enquanto ela morde a sua vítima.
Seus olhos são pequenos e pretos, com pupila em formato elíptico vertical. Seus ossos do crânio são fortes e sua musculatura foi desenvolvida para a escavação do solo. Seu corpo é cilíndrico e revestido por escamas lisas, com uma cauda curta e roliça.
Elas são ovíparas – põem de 3 a 18 ovos que são incubados por 90 dias. Seus filhotes já nascem venenosos.
Hábitos e habitat
As cobras corais verdadeiras possuem hábitos noturnos e fossoriais, próprios dos animais que escavam o solo. Ficam, na maior parte do tempo, escondidas embaixo de troncos em decomposição, folhas ou até mesmo em buracos e pedras e próximas à água e não são agressivas, a menos que se sintam ameaçadas.
A cor vermelha presente na cobra coral serve como um alerta para seus possíveis predadores, que consiste em uma forma de aposematismo, onde o mecanismo de defesa do animal encontra-se em sua coloração.
As corais verdadeiras se alimentam de outras serpentes e répteis, (com exceção da cascavel) de peixes, lagartos de pequeno e médio porte e anfíbio.
Para enganar sua presa, a coral verdadeira se enrola e se achata erguendo a sua cauda. Enquanto a vítima se distrai com sua cauda que pode ser confundida com sua cabeça, ela espera o melhor momento para mordê-la.
Espécies representativas da cobra coral
Além das 32 espécies da cobra coral verdadeira que pertence à família Elapidae, há ainda 52 outras espécies de falsas-corais pertencentes a outras famílias (Dipsadidae – 49, Colubridae – 2, Aniliidae – 1).
O gênero Micrurus da família Elapidae é o que compreende mais espécies de corais verdadeiras. Algumas espécies de corais verdadeiras são:
- Micrurus corallinus;
- Leptomicrurus collaris;
- Micruroides euryxanthus;
- Micrurus decoratus;
- Micrurus ephippifer zapotecus;
- Micrurus frontalis brasiliensis;
- Micrurus hemprichii;
- Micrurus hemprichii ortoni K.P.;
- Micrurus langsdorffi langsdorffi;
- Micrurus lemniscatus.